20 de setembro de 2011

Morreu

Foto retirada da Internet
             
          E morreu...
Foi a revolta de um sentimento desviado
Por seres animalescos
Que saltam ferozmente
Nas ruas despidas da cidade.
Sombria noite que se assombrou
Nas horas vagas
De divisões ultra-imaginadas
Pela razão de uma verdade desfeita no sonho.
Os diamantes tornaram-se em pó
Como um corpo de mulher
Numa grande moedora.
E o trovão de medo que caiu
Nas turbinas de desejo
Lá dentro do mundo errado
Foi como um uivar de lobo
Numa noite de Lua Cheia.
Arrepiante sensação de perda
Que se apoderou
De tantas veias por esse mundo,
Como as picadelas de abelha
Na menina do olho.
Dói...
Ele morreu!!!
A luz solar era uma mancha negra
Na manhã inexistente de todas,
Via-se reflexos das estrelas
Na água turva pelo sangue
Daquele triste corpo.                                              
E aquela criança que se banhava 
Numa alegria intensa,
Contradizia com os choros
E suicídios brutais de outros...
Deparou-se um silêncio expectante! 
Nas ravinas obsoletas
Sem nada por esconder,
Nas dunas extensivas
Que carregam os escravos,
Nas tempestades de orvalhos irrequietos
Tudo... porque ele morreu
Naquele quarto onde nasceu e viveu
Onde sentiu todos os sabores da vida
E onde por fim disse ao mundo...
                                            Adeus
Partiu...
Deixou-nos a imagem de um mundo irreal
Sem sabermos onde e porquê... 

* Poema feito no ano 2000.

4 comentários:

  1. Adorei as tuas palavras, como sempre fantásticas! Muito intenso e profundo, maravilhoso mesmo!

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  2. É curioso este mundo dos blog's, gente perfeitamente desconhecida a escrever tão deliciosamente bem. Este blog foi uma bela surpresa.

    Agradeço os comentários, as suas palavras.
    Beijo

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