3 de janeiro de 2012

A carta que nunca lerás #4


Imagem retirada da Internet

Querida,

Hoje respirei-te tanto. Lembrei-me de tantas maneiras em que demonstrei que te amava. Não sei se foi a nostalgia de ter acabado mais um ano repleto de dor e amargura por tua ausência. Mais um ano sem ti... mas continuas a existir em todos os lugares por onde passo. Oiço o som dos teus passos. Meus olhos alertam-se, e corro até à porta. Ninguém. Continuo a ouvir os teus passos. Percebo que não são teus passos mas o bater colossal do meu coração. Talvez penses que sou louco. Mas é verdade, sou um pouco. Esta minha audácia de não deixar-te morrer poderá ser incompreensível, mas acredita, eu preciso de manter-te viva desta forma mesmo depois de te perder, porque é a maneira de não me perder a mim também. Oiço Sin Bandeira, no mesmo sofá onde ouvíamos estas mesmas músicas num íntimo enlaço. Vejo-nos em mim. Tenho na minha face, o melhor e o pior. Um sorriso e uma lágrima. E na minha mão um lápis que forma estas palavras amenizando a dor, e proclamando a loucura deste meu amor. É assim que os lábios das minhas palavras te beijam…