Naquele infinito abraço, um pingo de chuva cai sobre nós. E outro. E mais um. O primeiro impulso seria de correr, nos abrigar; mas aquele abraço teimava em não querer acabar. E ali, nossas roupas e nossos corpos completamente encharcados… mas tão quentes do nosso calor. Dizem que os sentimentos aquecem, e nós éramos uma prova disso. Despimo-nos, e nossos corpos agora nus, aguados, voltaram para aquele abraço. O nosso calor era ainda mais forte, e sentíamos como se fossemos aquelas duas peças perfeitas dum enorme puzzle.
A chuva não parava de cair, e
nossos corpos cada vez mais quentes! Nossos lábios molhados, mas sedentos,
colaram-se como dois ímanes, e saborearam o paladar do que sentíamos. Sorrimos,
e naquele contínuo beijo, iniciamos uma dança, como se uma melodia ecoasse nas
nossas mentes possuídas de terna magia. Havia uma consonância perfeita, afinal
era o nosso amor, como chama ardente incendiando nossas almas!
E porque também somos feitos de
carne, desejos lascivos começaram a surgir. E assim, naquela noite pluvial, emancipamos
harmonicamente o momento extasiante. Os pingos de chuva se misturaram com suor,
e gritos e gemidos eram os trovões da noite.
E já com o dia a clarear, sem
sabermos sequer quanto tempo passou, pois o melhor tempo passado é aquele que
não é contado; continuávamos abraçados. Já não havia chuva a cair do céu… mas choveu
uma lágrima dos teus olhos quando te olhei profundamente e prometi que iria
amar-te mais e mais a cada amanhecer…