11 de abril de 2018


Naquele infinito abraço, um pingo de chuva cai sobre nós. E outro. E mais um. O primeiro impulso seria de correr, nos abrigar; mas aquele abraço teimava em não querer acabar. E ali, nossas roupas e nossos corpos completamente encharcados… mas tão quentes do nosso calor. Dizem que os sentimentos aquecem, e nós éramos uma prova disso. Despimo-nos, e nossos corpos agora nus, aguados, voltaram para aquele abraço. O nosso calor era ainda mais forte, e sentíamos como se fossemos aquelas duas peças perfeitas dum enorme puzzle.
A chuva não parava de cair, e nossos corpos cada vez mais quentes! Nossos lábios molhados, mas sedentos, colaram-se como dois ímanes, e saborearam o paladar do que sentíamos. Sorrimos, e naquele contínuo beijo, iniciamos uma dança, como se uma melodia ecoasse nas nossas mentes possuídas de terna magia. Havia uma consonância perfeita, afinal era o nosso amor, como chama ardente incendiando nossas almas!
E porque também somos feitos de carne, desejos lascivos começaram a surgir. E assim, naquela noite pluvial, emancipamos harmonicamente o momento extasiante. Os pingos de chuva se misturaram com suor, e gritos e gemidos eram os trovões da noite.
E já com o dia a clarear, sem sabermos sequer quanto tempo passou, pois o melhor tempo passado é aquele que não é contado; continuávamos abraçados. Já não havia chuva a cair do céu… mas choveu uma lágrima dos teus olhos quando te olhei profundamente e prometi que iria amar-te mais e mais a cada amanhecer…